EUA busca recuperar criptomoeda ligada ao suposto suborno de Sam Bankman-Fried na China

O Departamento de Justiça dos EUA entrou com uma queixa na tentativa de apreender mais de US$ 17,9 milhões em criptomoeda em uma conta da exchange Binance, ligada ao suposto suborno do ex-CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, a funcionários chineses.

Os promotores vinculam a conta a um evento de novembro de 2021, onde Bankman-Fried supostamente direcionou uma transferência de US$ 40 milhões em USDT da empresa irmã da FTX, Alameda Research, para funcionários chineses. Foi enviado como suborno para liberar aproximadamente US$ 1 bilhão em ativos criptográficos congelados em duas exchanges chinesas, de acordo com a queixa apresentada na terça-feira.

“Após a confirmação de que as contas foram descongeladas, Bankman-Fried autorizou pagamentos adicionais no valor de dezenas de milhões de dólares em criptomoeda para completar o suborno”, dizia o documento.

Os promotores alegaram ainda que outros indivíduos conhecidos e desconhecidos lavaram o pagamento do suborno por meio de várias carteiras privadas para ocultar sua natureza e origem, com uma parte sendo, em última análise, canalizada para uma carteira de depósito da Binance.   

De acordo com a queixa, a conta contém criptomoedas Solana, Cardano, Ripple, Internet Computer e Avalanche. Ela tinha um valor total de cerca de US$ 8,6 milhões em 12 de dezembro de 2023, mas vale cerca de US$ 17,9 milhões nas taxas de mercado no momento da redação.

FTX continuou a reembolsar credores

A FTX entrou com pedido de proteção contra falência em novembro de 2022, em meio a revelações de que Bankman-Fried e outros executivos da exchange manusearam mal os fundos dos clientes, entre outras irregularidades.

Bankman-Fried foi considerado culpado em novembro do ano passado por um júri em Nova York de todas as sete acusações criminais de fraude contra clientes, credores e investidores da FTX. Ele foi condenado a 25 anos de prisão em março de 2024.

A FTX, sob a nova liderança do especialista em falências John J. Ray III, está trabalhando para reembolsar seus credores. Seu plano de reorganização, que visa reembolsar 98% dos credores com pelo menos 118% do valor de suas reivindicações em dinheiro, obteve aprovação judicial em outubro.

A exchange também tem movido várias ações judiciais contra diversos indivíduos e entidades com o objetivo de recuperar bilhões de dólares perdidos em seu colapso. A exchange falida recentemente processou Binance e o ex-CEO Changpeng Zhao por US$ 1,76 bilhão que alega terem sido transferidos de forma fraudulenta.